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Ali onde as cores se confundem, onde a pobreza satisfaz e a riqueza não existe no dicionario. Namarroi, cidade da província da Zambézia em Moçambique, onde as estradas são marcadas por riachos e ribeirinhos que suportam a tração do 4*4. Senti o medo levando a minha almo de tanta inclinação que o carro fazia, mas depois de assustado, o ritmo cardíaco voltou ao normal e a recompensa surgia por de trás dos montes. Transparecia o vermelho das acácias que faziam vênia ao por do sol escaldante. O tapete vermelho feito de pétalas das acacieiras, davam razão ao paraíso perdido. Depois de ter descarregado o meio quilo de bagagem, me fui recebido com as danças encantadas, onde as serpentes se misturavam com os humanos na harmonia do batuque e tilintar das enxadas. O fascínio me fez esquecer o percurso, o sorriso rasgava-se no rosto dos poucos espectadores, me deu vontade de convidar o mundo e mostrar o diamante não lapidado, o petróleo ainda bruto com sabor de mangas verdes com sal. Namarroi, o local onde a erosão ganha forma e faz trancas coloridas quando a argila vermelha e mistura com o lodo preto. Namarroi, quem te conhece não te esquece já mais.