700 caracteres em 1 segundo

by Victória Cavalcante (Brazil)

A leap into the unknown Brazil

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Quando acordei eu estava na fila do banco, eram umas 7 horas. Pode parecer estranho, mas é a mais pura verdade! Eu estava no piloto automático desde quando eu nem me lembro mais, e nesse momento comecei a despertar, então notei pela vidraça o cenário da dita selva de pedra: lixo na rua, uns poucos carros, vendedores do centro da cidade e na escada do banco a calçada, o amor! O amor que eu via se tratava de um morador de rua e seu pequenino cãozinho, o qual tinha um travesseiro (perceba que há uma ambiguidade aqui: quem tinha um travesseiro? o cãozinho ou seu dono?), ambos na verdade! O morador com a cabeça escorada no travesseiro formava o ângulo perfeito a vista do inocente dog que forçava a enfiar seu focinho para escondê-lo, o que seria seu travesseiro perfeito. Esse amor me permitiu acordar da rotina e entrar numa viagem explendida, o morador se movia em função de encontrar a posição confortável para seu estimado, até que achou e eu me vi a imaginar alguém passar ali e dar ao morador, que imaginavelmente se chamava Pedro da Costa, um emprego, que ele prontamente aceitou, se tratava de plantar mudar de alface, o que lhe permitiria alugar uma choupana na floresta (onde é mais barato) e uma cama para cachorro, o Thor! Ali ambos cresceriam e brincariam, poderiam constituir família e os membros jantarem um prato de sopa perto de uma fogueira caso estivesse frio, logo haveria uma menina pequena e o Thor estaria um pouco velho, mas com certeza ainda fiel, um dia partiria... teve uma vida boa e deixou saudades, o então ex morador de rua poderia ajudar outros cães de rua e, EIII MOÇA, É SUA VEZ, NÃO VAI ENTRAR PARA PEGAR SUA SENHA????? Me acordaram, nada pude fazer, apenas seguir e tentar não me manter no piloto automático a partir de então, não parei de pensar nisso! Essa foi minha viagem em 1 segundo. Depois que saí do banco perguntei o nome do tal homem da escada, ele pareceu não saber, quem saber era o Pedro da Costa, o cão também não tinha nome, pedi-lhe que chamasse de Thor, pois talvez alguém passasse para lhe oferecer um emprego, ele sorriu e disse: tomara!! com um sorrizão, dei a ele dinheiro e disse para comprar comida. No dia seguinte passei por lá, ele não estava, apenas seus panos; acho que estava procurando a choupana :)