O Mistério Azul

by FRANCIS NEIVA (Brazil)

I didn't expect to find Mexico

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Quando eu e meu marido decidimos ir para o México, para conhecer Cancún, imaginávamos que iriamos encontrar belíssimas praias, com areias brancas e águas cristalinas, como víamos nas fotos. Obviamente, com a tecnologia atual, imaginávamos que poderiam ter alterado aquelas imagens por meio de photoshop. E que, não seria tudo aquilo de verdade. Pesquisamos os hotéis, lugares turísticos e praias que poderíamos conhecer. Entretanto, antes mesmo de aterrissarmos, vimos através da janela do avião uma cor azul tão diferente, mas não parecia ser o mar, pois era fosforescente e era tão intenso que ofuscava nossos olhos. Ficamos ansiosos para chegar logo e ir conhecer aquele lugar estranho, que nos lembrava muito uma cena do filme Avatar. Do aeroporto pegamos um táxi e fomos direto para o hotel, onde mais uma vez, nos surpreendemos com o tamanho, a organização e a beleza. Depois de relaxarmos em uma imensa piscina, descansamos, e à noite ficamos por lá mesmo, mas aquela cena vista ainda de dentro do avião não saia das nossas cabeças. No dia seguinte fizemos um passeio que já havíamos adquirido no aeroporto: fomos conhecer o X-Caret, que é um parque temático localizado na Playa del Carmen, Riviera Maya, na costa caribenha do Estado Mexicana de Quintana Roo. Saímos de uma área urbana onde os hotéis e resorts disputam o luxo e o glamour com sua arquitetura exuberante para adentrarmos em menos de uma hora no meio de ruínas de uma antiga Civilização Maia. Durante o passeio tivemos contato com a natureza, animais como lindas araras, flamingos e iguanas que são encontradas em todas as partes do parque, além de desfrutarmos da exótica gastronomia mexicana. Fomos assistir algumas pessoas entrarem em um tanque gigante com vários tubarões nos quais podiam tocá-los. Em seguida, visitamos outro local interessante no parque: o cemitério com inúmeras capelinhas coloridas e bem pequenas (o dia dos mortos no México é uma das suas principais festas populares). Posteriormente fomos à praia do parque onde suas águas claras eram resultantes do contato da água com a areia absurdamente branca, que era resultante da mistura da areia com pequeninos pedaços das conchinhas do mar. E eram tão calmas que nos impressionavam. Lá nós pudemos relaxar em boias gigantes e desfrutar da bela paisagem. Em seguida conhecemos o aquário do X-Caret, com inúmeros tipos de peixes e outros animais marinhos como medusas e arraias. Em seguida fomos a um rio subterrâneo onde pudemos mergulhar utilizando snorkels . Mas apesar das águas claras há lugares bastante escuros pois se passa dentro de túneis. Tivemos a oportunidade de subir no alto de uma torre, de onde se tinha uma visão panorâmica de todo o parque. Assistimos à espetáculos artísticos que ressaltam as tradições do povo, homens voadores em uma arena aberta, e como última atração do nosso passeio, apreciamos as danças tradicionais da cultura local em um grande teatro de arquitetura rústica, onde somos transportados a um tempo onde a energia elétrica não existia, toda a iluminação feita através de tochas. Quando estávamos retornando para casa nos lembramos da cor azul fosforescente que havíamos avistado de cima, quando estávamos chegando e notamos que apesar de termos visto belíssimas paisagens e águas cristalinas não havíamos visto aquele tom de azul em nada ainda. Foi então que perguntei ao guia turístico de que se tratava. E ele, com um sorriso de quem está acostumado a responder sempre a esta pergunta, nos explicou que aquele fenômeno se dá por causa de pequenos microrganismos que estão presentes na água. Estes, ao entrar em contato com outros organismos ou quando agitados, brilham e a água fica em tons de verde e azul fosforescentes. Fomos então de volta para o hotel planejando visitar na noite seguinte o local que o guia nos informou, para apreciarmos de perto o fenômeno. Mas o que nos aconteceu lá? Isso é outra história...